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Foto: Isaías Fernandes – O Diário

O advogado de defesa do atual vereador Alex Firme (PP), um dos acusados da Operação Machadada, protocolou juntamente com suas alegações finais um pedido de suspeição contra o juiz da 37ª Zona Eleitoral de São João da Barra, Dr. Leonardo Cajueiro d’Azevedo. Com isso, Dr. Leonardo ficará impedido de proferir a sentença no processo da Operação Machadada até que a suspeição seja julgada na Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

De acordo com o processo, a defesa de Alex Firme fez um pedido de suspeição do juiz que preside o processo ao qual ficou decidido pelo magistrado na data de ontem, 04, que não acatou o pedido formulado e adotando as novas regras do novo Código de Processo Civil, suspendeu o andamento do processo até que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), analise o pedido de suspeição.

A advogada Pryscila Marins, do prefeito José Amaro Martins de Souza, Neco, acredita que esse pedido deverá ser julgado com celeridade pelo TRE até mesmo pela natureza dos pedidos contidos no processo.

– Acredito que tão logo seja julgado pelo TRE, haverá uma sentença em primeira instância após retorno do processo, o que pode acorrer antes das eleições -, acrescentou.

Pryscila disse, ainda, que acredita na absolvição do seu cliente, mas ainda que haja uma condenação, os seus efeitos ficam suspensos não gerando afastamento do prefeito.

O processo

Desencadeada pela Polícia Federal em São João da Barra às vésperas da eleição municipal, na madrugada de 3 de outubro de 2012, a operação culminou com as prisões de Carla Machado e Alexandre Rosa, por suspeita de cooptação de políticos da oposição e formação de quadrilha. Apesar de não alterar o resultado das eleições, a operação teve como consequências ações judiciais na esfera eleitoral e criminal.

Na denúncia impetrada pelo Partido da República (PR), a coligação “São João da Barra vai mudar para melhor” e o então candidato a prefeito Betinho Dauaire, constava que o grupo governista, com Neco e o vice Alexandre Rosa que foram candidatos à sucessão de Carla, montou “um esquema de compra de candidaturas adversárias, mediante oferecimento de vantagens financeiras indevidas e cargos na administração pública municipal”. Também são réus os então candidatos a vereador Alex Firme (eleito) e Renato Timotheo (suplente).

Duas audiências realizadas no Fórum de SJB

O juiz Leonardo Cajueiro d’Azevedo, da 37ª Zona Eleitoral de São João da Barra, ouviu no total sete testemunhas da Operação Machadada que foi dividida em duas audiências de instrução e julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE 40483), que aconteceram nos dias 20 e 25, originada de uma denúncia do PR em 2012. O processo deverá ser encerrado no próximo mês.

Enquanto a primeira audiência, dia 20, teve cerca de 14 horas, onde o depoimento do delegado da Polícia Federal, Paulo Cassiano, durou mais de seis horas e Arlindo da Conceição chegou a ser preso por falso testemunho e liberado no mesmo dia. A segunda audiência, dia 25, foi bem mais rápida, na qual apenas três testemunhas foram ouvidas.  O juiz determinou, via ofício, a relação de candidatos a vereador que formalizaram a desistência de candidatura nas eleições municipais de 2012, indicando-se os respectivos partidos.

Na segunda e última audiência, estavam previstas 15 testemunhas de defesa para prestar depoimentos no Fórum de São João da Barra, mas os advogados desistiram das demais, optando por ouvir três testemunhas arroladas. Indagados pelo juízo se as defesas dos investigados desejariam que os mesmos prestassem declarações pessoalmente, os advogados disseram que não havia interesse das partes.

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