A boa notícia é que foram mapeados investimentos futuros na região no valor de quase R$9 bilhões de reais

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A FIRJAN iniciou a divulgação da série Retratos Regionais – Cenário Econômico, com palestras online sobre economia do estado do Rio. Especialistas da Federação analisaram dados sobre todas as regiões do estado, além dos cenários econômicos internacional e do Brasil. A pesquisa analisou também a atividade econômica e o ambiente de negócios do Norte Fluminense e constatou que a região foi a mais atingida pela crise.

Com mais de 900 mil habitantes e um PIB estimado em mais de R$ 68 bilhões em 2015 (10% do PIB do estado), o Norte Fluminense é uma região com atividade econômica bastante expressiva e se destaca pela indústria petrolífera. É a maior região do estado, com uma área d 9.730 Km², que representa 22,3% do território do RJ.

A indústria do Norte Fluminense emprega 27% do total de trabalhadores da região (65.000 empregados), média superior a observada no estado (15%). Além de gerar tributos para os municípios, a indústria local também contribui para a geração de emprego e renda. Vale destacar que a região tem o maior polo industrial de máquinas e equipamentos do RJ, além de grande destaque na produção de materiais para construção, além da indústria naval e de alimentos.

Quanto à atividade econômica, a pesquisa aponta que, em dezembro de 2017, as empresas do Norte Fluminense produziram menos do que pretendiam, o que indica que o setor ainda não apresentou uma retomada significativa das atividades. Diante da fraca atividade econômica na região, no ano passado, houve queda de 11% das importações.

Outro dado importante é relativo ao mercado de trabalho: Em 2017, foram extintas 11.860 vagas, sendo Macaé a cidade mais atingida, fechando 8.904 postos. Apenas o setor da Construção fechou mais de 6.000 postos de trabalho na região. Por sua vez, a indústria de transformação abriu oportunidades: 1135 vagas. No total, nos últimos três anos, o Norte Fluminense fechou mais 52.000 vagas, estando hoje com um mercado de trabalho quase 20% menor que em 2014.

“O RJ perdeu, em média, 11% do seu mercado de trabalho período, sendo assim, em termos relativos, podemos dizer que o Norte Fluminense sentiu duas vezes mais a crise que atingiu o estado” afirmou o coordenador de estudos econômicos da FIRJAN, William Figueiredo.

Muitos dos demitidos voltaram para suas regiões de origem, já outros passaram a buscar oportunidades como empreendedores. O número de MEIs na região cresceu 16% de 2016 para 2017 e o registro de empresas cadastradas no Simples Nacional aumentou 9% em relação a 2016.

Ambiente de negócios é fator chave para o desenvolvimento

Ao observar o ambiente de negócios e como Norte Fluminense está estruturado para receber novos investimentos, é importante olhar, entre outros fatores, para a segurança, energia e telecomunicações.

Na região, o número de ocorrências de roubo de carga caiu 38,5%, de 130 em 2016 para 80 no ano passado. A queda dos números na região não significa mais segurança para as empresas. Quem segue transportando suas cargas pelas estradas do Rio continua correndo riscos. No estado, houve aumento no número de ocorrências. Foram registrados 10.599 casos de roubo de cargas em 2017, o equivalente a um crime a cada 50 minutos. O prejuízo chegou a R$ 607,1 milhões. O maior número de registros aconteceu  na capital, que concentrou mais de metade das ocorrências do estado. Os números de letalidade violenta (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial ) no Norte Fluminense também recuaram (-24%) entre 2016 e 2017.

Em 2017, o número de horas que o Norte ficou sem energia elétrica aumentou, fazendo da região a que mais tempo ficou sem fornecimento no estado: 29,7 horas. O mesmo vale para a qualidade da banda larga em 2016, quando a região registrou a sexta pior colocação do RJ. Todos os municípios do Norte Fluminense tem velocidade média menor que a do estado.

Nesse cenário, os esforços para aprimorar o ambiente de negócios são fundamentais, uma vez que melhoram as condições para novos investimentos, que têm a capacidade de gerar emprego e renda.

A boa notícia é que o Sistema Firjan mapeou grandes investimentos futuros na região, no valor de quase R$9 bilhões de reais. Entre os principais estão a construção do terminal de regaseificação e duas termelétricas no Porto do Açu e a implantação de uma usina termelétrica com fonte de gás natural em Macaé.

Fonte: AIRNNF/FIRJAN