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Foto: Divulgação – Fernando Antônio

O “coronelismo” foi a prática política que vigorou no Brasil após a proclamação da república em 1889.

Substituindo os antigos “barões”, também proprietários de terras e riquezas, gozavam de privilégios e suas carreiras políticas estavam alicerçadas em prestigio e dinheiro.

Em nossa cidade, além dos coronéis da terra e da cana de açúcar, tivemos os Coronéis da Navegação: o Cintra, o Teixeira, o Pinto da Silva e o Oliveira Cruz dentre outros.

Se faziam vereadores e os mais proeminentes chegavam à Presidência da Câmara em que exerciam o poder executivo, contratando obras e serviços e nomeando cargos numa flagrante troca de favores nas diversas camadas do poder.

Nascido em São João da Barra, na década de 1890, filho do Tabelião Coronel Luiz Alves da Silva e D. Alexandrina Pinto Machado da Silva, o Coronel Amando Alves, foi o último representante destes políticos que tinham no “voto de cabresto” suas bases.

Influente tabelião em sua época, do grupo do Coronel João de Almeida, líder político da virada do século; Amando foi Presidente da Câmara eleito na disputada eleição de 26/01/1919, vencendo o Major José França da Graça, pleito concorrido em que os jornais ‘O Luctador’ e ‘Combatente’ defendiam cada um, um partido.

As vésperas da eleição, invadiram a sede do jornal ‘Combatente’, do Capitão Nelson Zuanny Delphim Pereira, cunhado de Amando e líder da oposição; destruindo o maquinário jogando a impressora no riacho do “poço”.

Casado em dezembro de 1902 com D. Virgilina do Amaral, filha de Rosa Maria dos Santos Ramos e Patrício Amaral, tiveram os filhos Alexandrina que se casou com o Comandante Luiz Monteiro de Barros; Drº. João Manoel Alves, tabelião casado com D. Olga Burgelly; Drº. Newton Alves, promotor público, casado com D. Izabel Nunes, pais de Moema Magalhães; Drº. Luiz Alves, médico e Drº. Ruy Alves médico casado.

Em 1917, o Coronel João Almeida publica Mensagem oficial, como Presidente da Câmara, afastado, prestando contas da administração de seu vice, Amando Alves, nela declara que a receita da Câmara no ano de 1916 na presidência do Drº. Eduardo Jose Manhães, tinha sido 42:023$262, enquanto seu amigo e correligionário tinha elevado a receita daquele ano para 50:841$013, graças a uma boa administração.

O Coronel Amando Alves, foi o último de sua categoria. Na eleição seguinte elegeu-se o primeiro Prefeito Felicíssimo Francisco Alves e os Chefes do Executivo não mais presidirem as Câmaras que passaram a funcionar apenas como Casas Legislativas.

Outros tempos, outros modos.

Na foto tirada em 1927- Bodas de Prata do Casal, Virgilina e Amando posam sentados ao centro de filhos, genro e nora.


Por Fernando Antônio Lobato Borges