Foto: Aline Carvalho

Desde os últimos meses até a presente data o mundo inteiro vivencia momentos caóticos ocasionados pela pandemia da COVID-19. Experiências traumáticas, adoecimento, imposição de isolamento e restrição à circulação, perdas, dor, luto, riscos de contagio, abalos nas esferas da saúde, economia, educação e vida social. Um somatório de dúvidas e incertezas para o futuro paira sobre existência humana. É um panorama de muitas dores e exaustão física e emocional, onde cientistas de todo o mundo buscam soluções e alternativas para minimizar muitos problemas urgentes e seus desdobramentos. Enquanto isso, toda população mundial aguarda a cura e enfrenta o dia a dia da melhor maneira que consegue.

A complexidade da situação é conhecida e ela se desenrola em diferentes espaços sociais que envolvem os indivíduos e sua comunidade: pacientes e seus familiares; óbitos e o luto de seus familiares; profissionais de linha de frente, seus familiares e pacientes; indivíduos desempregados e seus familiares; profissionais da educação e alunos em casa (com ou sem aulas online); comunidade em ações de solidariedade; etc.

Estudos recentes apontam que esses diversos fatores acarretam a prevalência de sentimentos negativos e o surgimento de sintomas de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão; tais como sentimento de impotência mediante a possibilidade de morte, irritabilidade, esgotamento mental, sensação de vazio, culpa, descontentamento, impulsividade, agressividade, procrastinação, insônia, compulsão alimentar e incapacidade devido a situação de quase morte. É como se cada indivíduo estivesse dentro de uma “montanha russa” vivenciando uma constante emocional de tristeza, medo, raiva, frustração e desesperança. A variação emocional também ocorre na oscilação de sua intensidade, apresentando-se mais branda ou mais forte dependendo da forma como o indivíduo vivencia e interpreta a realidade. Dessa forma há uma crescente necessidade de atenção e cuidado com as emoções, principalmente nos casos onde o indivíduo já faça tratamento psicológico e/ou psiquiátrico.

Os estudos ainda revelam que, poucos são os indivíduos que conseguem vivenciar sentimentos de felicidade, alívio e proteção.
Em meio a esse cenário tão adverso é essencial a necessidade de aprender sobre estratégias para aliviar o sofrimento e promover o máximo de bem estar possível para esses dias. O bem estar aumenta nossa imunidade emocional e nos protege do adoecimento mental. Sendo assim, aprender a desenvolver emoções positivas como resiliência, amor, amizade, gratidão, esperança, autocompaixão e empatia é uma importante ação de autocuidado com a saúde integral.

Janine Gaia Rangel
Psicóloga Clínica 05/34041
Arteterapeuta em Educação e Saúde
Facilitadora Licenciada no Programa de Educação Emocional Positiva
Pós-graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental

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